ATA DA PRIMEIRA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA
COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 07-02-2006.
Aos sete dias do mês de fevereiro do ano de dois mil
e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dez horas, foi
realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Alceu Brasinha, Dr. Goulart,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib e José Ismael Heinen,
Titulares, e Mario Fraga, Maurício Dziedricki e Professor Garcia,
Não-Titulares, tendo o Senhor Presidente declarado abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Reunião, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho,
Elias Vidal, Márcio Bins Ely e Maristela Maffei, Titulares. Em continuidade,
foi apregoado Comunicado da Vereadora Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PPS,
informando que, na presente Reunião, Sua Excelência será substituída na
titularidade da Comissão Representativa pelo Vereador Professor Garcia, nos
termos do artigo 83, parágrafo único, do Regimento. Também, foi apregoado
Comunicado do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do Partido Comunista do
Brasil, informando que, do dia oito ao dia quatorze de fevereiro do corrente,
Sua Excelência será substituído na titularidade da Comissão Representativa pela
Vereadora Manuela d’Ávila, nos termos do artigo 83, § único, do Regimento.
Após, foram apregoados os Memorandos nos 031 e 035/06, firmados pelo
Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio
dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas deste Legislativo,
respectivamente, do Vereador Márcio Bins Ely, na reunião da Associação das
Câmaras de Vereadores do Litoral – ASCAL – e na 6ª Festa Estadual do Abacaxi e
Produtos Regionais, realizadas no dia quatro de fevereiro do corrente, na Praia
de Santa Rita de Cassiá, no Município de Terra de Areia – RS, e do Vereador
Adeli Sell, na 32ª Edição do Conversando Sobre Turismo, a ser realizada às
dezenove horas e trinta minutos de hoje, no Município de Xangri-lá – RS. Em
prosseguimento, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo
Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo: de autoria do Vereador Raul Carrion, na 8ª Reunião do Conselho de
Cidades e seus Comitês Técnicos, no período de seis a dez de fevereiro do
corrente, em Brasília – DF; de autoria do Vereador Carlos Comassetto, na
Reunião dos Coordenadores da Frente Nacional de Vereadores pela Reforma Urbana
– FRENAVRU, no período de dez a treze de fevereiro do corrente, no Rio de
Janeiro – RJ. A seguir, o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário,
hoje, do Vereador João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Professor Garcia referiu-se à discussão em torno da possibilidade de construção
de um estacionamento no Largo Jornalista Glênio Peres, alegando que essa idéia,
de sua autoria, foi mal interpretada pelos Vereadores desta Casa. Nesse
sentido, argumentou que os segmentos da população interessados devem ser
ouvidos e que a regularização de estacionamento nessa área beneficiaria os
proprietários de automóveis moradores do Bairro. Em prosseguimento, por
solicitação do Vereador José Ismael Heinen, foi realizado um minuto de silêncio
em homenagem póstuma ao Senhor José Lussul Martins Teixeira, ex-Diretor do
Grêmio Sargento Expedicionário Geraldo Santana, falecido ontem. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib sugeriu a diminuição da burocracia em
âmbito municipal, afirmando que Projetos de Lei denominando logradouros
poderiam ser dispensados de votação em Plenário quando recebessem pareceres
favoráveis das Comissões Permanentes. Ainda, referiu-se à dificuldade de
adequação legal de prédios irregularmente construídos, salientando que o
Governo Municipal não conseguiu resolver esse problema com a edição de medidas
legais. A Vereadora Maristela Maffei congratulou o Vereador Dr. Goulart pela
sua eleição à Presidência desta Casa, elogiando a capacidade de articulação
política de Sua Excelência junto às Bancadas deste Legislativo. Além disso,
mencionando o assassinato de uma criança pelos pais na Lomba do Pinheiro,
discorreu acerca da importância de mudanças no enfoque dado à infância e
adolescência pelo Poder Judiciário e frisou a necessidade de fortalecimento dos
Conselhos Tutelares no Brasil. O Vereador Sebastião Melo discorreu acerca da fundação
do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB, mencionando fatos históricos
nos quais esse Partido teve participação direta. Também, posicionou-se favoravelmente
ao nome do Governador Germano Rigotto para concorrer nas eleições ao cargo de
Presidente da República, a ser realizada neste ano, criticando políticas
públicas adotadas pelo atual Governo Federal. O Vereador Maurício Dziedricki
comentou projetos sancionados pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, em relação
à ampliação de oito para nove anos da permanência das crianças na Rede Fundamental
de Ensino e à disponibilização de bolsa técnica de qualificação profissional
para professores que ministram aulas essas séries, questionando se o Município
de Porto Alegre está preparado para adequar-se a mudanças no ensino básico. O Vereador
Ervino Besson referiu-se à Centésima Trigésima Primeira Festa de Nossa Senhora
dos Navegantes, realizada no dia dois de fevereiro do corrente em Porto Alegre,
destacando a relevância desse evento para o Município. Sobre o assunto, contestou
números divulgados pela imprensa local em relação à quantidade de pessoas que
acompanharam a procissão, alegando que havia mais participantes do que foi
noticiado pelos meios de comunicação. A seguir, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Decreto Legislativo nº 001/06. Às dez horas e quarenta e seis
minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart e
Professor Garcia e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu
Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Solicito uma salva de palmas ao Ver. João
Carlos Nedel, pela passagem do seu aniversário.
(O
Ver. João Carlos Nedel recebe uma salva de palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Professor Garcia está com palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Sr. Presidente, prezados Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, neste últimos dias tem-se discutido
muito a questão referente à ocupação do espaço do Largo Glênio Peres para
estacionamento. No final do mês de novembro, nós enviamos um Pedido de
Providências ao Prefeito de Porto Alegre, Sr. José Fogaça, para que visse com
bons olhos a possibilidade de permitir, naquele local, estacionamento. Fizemos
questão de colocar na nossa solicitação o horário, porque, a partir das 19
horas, aquele local, todos os dias, já serve como estacionamento. Para minha
surpresa, quando o Prefeito registrou, de maneira pública, a possibilidade de
estacionamento no Largo Glênio Peres, algumas Lideranças, de forma incisiva,
manifestaram-se de forma contrária. Tenho a certeza de que essas Lideranças não
leram ou não perceberam aquilo que foi proposto por este Vereador aqui no final
do mês de novembro. Colocamos, no nosso Pedido de Providências, quais locais
seriam escolhidos para estacionamento, para instalação de parquímetro, e esses
espaços não tinham nada a ver com espaços na área central; porém, para nossa
surpresa, ou as pessoas não leram o documento, volto a dizer, ou têm uma visão
equivocada. Na realidade, o nosso posicionamento é bem claro: o estacionamento
naquele local dará uma vida nova àquele espaço, permitindo que mais pessoas
tenham acesso ao Mercado Público. E volto a dizer algo que eu disse aqui no
final do mês de novembro: a partir das 19 horas, hoje já é permitido
estacionamento naquele local. Então, nós não conseguimos entender a reação
desproporcional de algumas Lideranças, e acredito que, na realidade, elas não
leram o teor da solicitação e nem sobre quais seriam os espaços delimitados
para estacionamento. Há 60 vagas disponíveis no entorno daquele local que vão
trazer uma agregação maior junto ao Mercado Público e ao Chalé da Praça XV.
Fizemos, inclusive, um abaixo-assinado durante os meses de novembro e dezembro;
temos em mãos Pedido de Providências assinado por mais de 4.000 pessoas que
usufruem do Mercado Público e do Chalé da Praça XV; esse documento foi
encaminhado ao Sr. Prefeito, e o que nós esperamos é que o Sr. Prefeito ouça
todos os segmentos, a favor e contrários, mas que tome uma posição. Esperamos
que essa posição seja favorável ao estacionamento no Largo Glênio Peres, porque
eu não tenho nenhuma dúvida de que quem vai ganhar com isso é a população de
Porto Alegre e do entorno, porque muitas pessoas não são de Porto Alegre, mas
beneficiam-se do uso do Mercado Público, seja para fazer suas compras no
dia-a-dia, seja para uma happy hour
no final de tarde no alto do Mercado Público ou no Chalé da Praça XV. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio em homenagem póstuma ao ex-diretor do Grêmio Sargento Expedicionário
Geraldo Santana, Sr. José Lussul Martins Teixeira, falecido ontem, que se
dedicou durante 25 anos àquele Clube. O seu enterro acabou de se realizar nesta
manhã. José Lussul dedicou-se idealisticamente àquela instituição e às causas
associativas; foi também um exemplo de pai e de cidadão.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Deferimos o pedido de um minuto de
silêncio em homenagem póstuma ao Sr. José Lussul Martins Teixeira.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, carrego comigo um pequeno cartão que diz: “Sejam
Simples”. E eu sou um homem simples, primei sempre por ser um homem simples e
quero até cumprimentar o Presidente da Casa, porque está procurando
simplificar, e isso, para mim, é muito importante. Desde 2003, tenho tentado,
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, fazer com que os
Projetos de Lei que denominam logradouros não venham mais ao plenário e que,
após aprovados nas Comissões, sejam transformados em lei. Para isso, seria
necessário modificar a Lei Orgânica. Com a simplicidade que me caracteriza,
apresentei um Projeto de Lei, no ano passado, nesse sentido, ou seja, para que,
após as Comissões de Justiça e de Educação aprovarem os Projetos, e não havendo
solicitação de Vereador no plenário, eles já sejam considerados aprovados,
para, depois, serem transformados em lei pelo Prefeito. Portanto, o processo
tem de ser simples. Neste ano, será votado um Projeto simplificando a aprovação
de residências ou de prédios irregularmente construídos, com pequenos
problemas, porque, hoje, para que se faça a regularização, haveria a
necessidade de ser feito todo um processo como se fosse um terreno limpo e
fosse iniciada a construção de um prédio. Isso não serve. E faz cinco anos que
eu tenho esse Projeto de Lei e não consigo votá-lo. No ano passado, na última
Sessão, ele estava para ser votado, quando o Executivo informou que faria dois
decretos e resolveria o problema. Mas, como sou um homem simples, resolvi que,
se o Decreto do Prefeito solucionasse o problema, não haveria por que haver uma
lei. Mas, infelizmente, os decretos não resolvem o problema da regularização.
Por isso, com a simplicidade de sempre, neste ano, eu quero que seja aprovado
este Projeto, que seja discutido, pois ele já passou por todas as Comissões,
sem exceção; até apresentei Substitutivo visando facilitar o processo e eu acho
que, neste ano, a Câmara dará um passo sério no sentido de facilitar a
regularização de imóveis, o que, por experiência, sei que é muito importante.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Vereador. A Verª
Maristela Maffei, nossa querida Vereadora, está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Exmo Sr. Presidente, Ver. Dr.
Goulart, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhores e senhoras, nós vivemos momentos ímpares nesta Casa, e,
pela primeira vez, depois de sua posse, Ver. Dr. Goulart, estou-lhe vendo na
Presidência dos trabalhos, demonstrando, desde as reuniões de Mesa e de
Lideranças, uma capacidade de articulação, democracia e construção coletiva, o
que já é esperado de alguém que vem de um Partido democrático; isso traduz a
esta Casa, com certeza, um avanço que vemos com muito bons olhos, pois, afinal
de contas, com certeza, nesse sentido temos em comum questões políticas,
afetivas, relacionadas à conjuntura, e isso nos alegra muito. Nós sabemos que,
neste ano, neste Plenário, sentiremos saudades de pessoas que não estarão aqui
conosco, pois assumirão cargos em outros níveis políticos, como é o caso da
Bancada feminina, que vai perder, mas ao mesmo tempo ganhar, pois obterá um
patrimônio significativo – e isso não serei eu quem vai anunciar, mas sabe-se,
nas entrelinhas, para quem estamos dando os recados de carinho e afeto político
que temos por essas pessoas. É bom que se diga que, nesta Casa de Porto Alegre,
convivemos muito mais aqui com o grupo de Vereadoras e Vereadores, independente
de sua ideologia do que, muitas vezes, com as nossas próprias famílias. Então,
quando nós estamos no plenário, defendemos os nossos pontos de vista, brigamos
como convicção, temos a grandeza, muitas vezes, quando esbarramos na emoção de
também termos aqui a construção cotidiana de revermos a nossa forma das nossas
relações políticas, mas nós temos muita afetividade entre os Vereadores. Esta
Casa, que não pára de trabalhar o ano todo, que demonstra no âmbito nacional a
forma e um exemplo diferenciado de legitimidade em todos os aspectos, traduz
novamente neste que não é um ano diferente dos outros, mas por se tratar de um
ano eleitoral e que nós também temos vários desafios, nós vamos ter que nos
desdobrar como, por exemplo, a questão do Plano Diretor que nós temos que
pensar profundamente, e a Cidade pede que tenhamos uma posição. Então nós
temos, sim, Vereador-Presidente, um grande desafio pela frente.
Quero
aqui consternadamente também colocar que, como coordenadora, junto com a Verª
Mônica e tantos outros aqui da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente,
com muito pesar, ver o caso que ocorreu em várias situações, em nível nacional,
com a morte de crianças, de inocentes, como foi a questão que ocorreu e que
infelizmente pode acontecer em qualquer classe social, em qualquer bairro da
Cidade, mas ocorreu onde eu moro, o assassinato pela mãe, pelo pai, de uma
criança de dois anos. Quero dizer que a Frente Parlamentar está atenta,
acompanhando o desfecho. Não sou dessas pessoas que jogam a responsabilidade ao
Conselho Tutelar, porque não existe instituição que, se não tiver respaldo do
Poder Judiciário, ainda vê a criança como um menor e não como uma criança na
sua totalidade, pode funcionar. Se não houver investimentos fortes na
visibilidade e nas ações concretas dos Conselhos Tutelares pouco eles têm a
fazer, eles fazem a denúncia e, muitas vezes, na dura burocracia que nós
encontramos ainda, não encontram o respaldo necessário. De qualquer forma a
responsabilidade é da instituição, é da sociedade civil, e nós temos que estar
à frente, antes que aconteçam esses problemas. Nós temos um País, nesse aspecto,
ainda abandonado, e nós temos que trabalhar para que as instituições se
fortaleçam para, preventivamente, nós não apenas estarmos aqui chorando a
conseqüência da violência, da falta de emprego, da falta de estrutura familiar.
E
com isso vou terminando, Sr. Presidente, com a sua tolerância, dizendo que
grandes desafios nos esperam, e, como sempre, nós estamos sempre dispostos,
sempre prontos, como no caso de hoje, com a responsabilidade necessária, e
daqui a pouco estaremos votando um Projeto importante e dizendo ao Prefeito
Fogaça que, apesar de estarmos em Partidos e situações diferenciadas, sendo da
oposição, desejamos boa viagem e esperamos bons frutos para esta Cidade, assim
como nós sempre fizemos, independente do nome do Prefeito, mas como Frente Popular,
quando os nossos Prefeitos viajavam, na volta de suas viagens, nós também
cobrávamos a responsabilidade.
Dessa
forma expressamos o nosso afeto, o nosso carinho, e a vontade, a luta política
de fazer deste ano, além das questões democráticas das eleições, esta Casa com
a sua presidência, somar esforços junto com todos.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigada, querida Verª Maristela
Maffei.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, querido amigo Ver. Dr.
Goulart, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu
venho a esta tribuna em tempo de Comunicação de Líder para poder fazer aqui um
breve relato da nossa caminhada, Ver. Garcia, de quem tardiamente quer governar
este País. O MDB do qual pertenci e depois como fundador do PMDB, como MDB,
Verª Maristela, entendo que o MDB cumpriu um papel fundamental na luta deste
País, da anistia, das diretas, da luta do Estado Democrático de Direito,
juntamente com milhares de pessoas, para que hoje nós pudéssemos ter
organizações sociais, partidárias, uma Constituinte, mas sou daqueles
emedebistas que entende que o meu Partido, a partir de 1986, perdeu o rumo
nacionalmente, mas não sou daqueles que acham que sou do PMDB, sou do PMDB do
Brasil, da Seccional do Rio Grande do Sul, mas assumo na plenitude os acertos e
os erros do Partido estadual e nacional. E nós nos transformamos, sim, num
Partido confederado com muitos interesses regionais abrindo mão de um Projeto
nacional. Mas nessa quadra política, Verª Mônica, o MDB dá uma retemperada e
especialmente quando o Brasil está fora da boa política social e econômica e
promove prévias para escolher o seu Presidente da República. E nós, do Rio
Grande, do MDB, estamos apresentando a candidatura do companheiro Rigotto. Para
nós não basta ter, Sr. Presidente, um candidato a Presidente da República, é
preciso ter uma proposta alternativa para este País, que enfrente algumas
questões. Nós somos a oitava economia do mundo; hoje somos a décima quarta, mas
só perdemos em distribuição de renda para um país chamado Serra Leoa. Por que
isso acontece? Isso acontece, porque o modelo deste País é draconiano contra as
forças produtivas. Foi no passado remoto, foi no passado recente, especialmente
no Governo FHC, e agora o Governo do Lula seguiu a mesma cartilha; só no roubo,
aperfeiçoado, porque no resto continua igual: juros altos, pagamentos
escorchantes das dívidas interna e externa, chegando à casa de 157 milhões no ano
que passou; investimentos pífios em Educação. O Brasil não vai sair dessa rota
se não investir pesadamente, prof.ª Neuza... E V. Exª é de um Partido que, por
excelência, tem como proa a questão da educação. Não é com “bolsa-esmola” que
nós vamos fazer um País forte, mas é investindo em Educação, reduzindo juros e
atraindo investimentos, porque ninguém vai investir neste País com os juros
desse tamanho. O Brasil, nos últimos 20 anos, Ver. Ismael, cresce apenas dois,
dois e meio por cento, enquanto o Chile, a China, a Índia e tantos outros
países chamados emergentes estão lá na casa dos sete, dos oito, nove, até dez
por cento. E a gente imaginava que o PT no Governo, PT que, ao longo de 25
anos, fez bandeiradas nas esquinas, nas praças com “Vamos mudar esse modelo
econômico, vamos revisar o contrato com o Fundo Monetário, vamos investir na
agricultura familiar, vamos dar crédito na hora certa para quem quer produzir
neste País”... E o que se vê é a maior orgia, Ver. Ervino, nunca vista neste
País, a favor dos grandes.
Por
isso nós queremos, mais do que ter um candidato a Presidente da República,
governar este País. Evidente que é uma luta difícil. Esta é uma eleição de três
tempos: primeiro, fazer sair as prévias; segundo, ganhar as prévias, terceiro,
fazer a disputa da eleição. Mas acho que a primeira etapa está confirmada, com
a segunda estamos em andamento. E eu sou daqueles que acham que o Brasil,
apesar de tudo, tem jeito, porque nós somos ainda, apesar de toda a
roubalheira, um País com riquezas extraordinárias. Por isso aqui estamos: para
deixar registrado nesta Casa que a caminhada continua, a luta continua,
Presidente. Quero agradecer a V. Exª, que já me disse que está deferido o
pedido, porque no dia 19, neste plenário, nós peemedebistas do Rio Grande, mais
de 2.500, estaremos aqui votando para escolher, na prévia, o companheiro
Rigotto, e esperamos ter o apoio dos outros Estados para que saia o candidato
do PMDB do Brasil e do Rio Grande. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado. O nosso jovem Líder Maurício
Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder, por seu Partido, o
PTB, Partido Trabalhista Brasileiro.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente, Vereador
companheiro Humberto Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores.
Presidente Goulart, é com muita satisfação que, em primeiro momento, faço uso
desta tribuna numa Sessão corrente, numa Sessão de trabalho, com a sua
Presidência. Vossa Excelência já tem demonstrado um comprometimento muito forte
com esta Casa, com as questões administrativas, isso posto nas nossas reuniões
de Liderança. Eu queria registrar isso, porque nós vivemos num período atípico,
um período em que grande parte das Câmaras Municipais está fechada, e nós aqui
nos encontramos trabalhando, debruçando-nos sobre as questões principais para o
Município de Porto Alegre. Dessa forma, eu queria lhe rogar êxito neste ano de
2006, muito sucesso, e tenha a certeza de que a Bancada do PTB estará ao seu
lado nas questões de fortalecimento do Parlamento Municipal.
Mas
como estamos numa sessão de trabalho, eu acho de suma importância registrar
algo que eu acompanhava na rádio, no programa “Polêmica” desta manhã.
Estavam-se discutindo com o Secretário Fortunati as questões dos dois Projetos
sancionados ontem pelo Presidente Lula com relação ao Ensino Fundamental: o
primeiro deles, que amplia de oito para nove anos a permanência das nossas
crianças na Rede Básica de Ensino, e o segundo, que propicia bolsa técnica de
qualificação profissional para aqueles professores que ministram aula na Rede,
no Ensino Fundamental. Eu não consegui ter ainda a clareza sobre o Projeto de
Lei, do texto sancionado pelo Presidente, mas acho que é de relevante
importância os Vereadores deste Parlamento passarem a entendê-lo, porque ele
terá, necessariamente, impacto na nossa Rede Municipal de Educação. Terá por
quê? As nossas crianças, a partir dos seis anos, ingressarão nas escolas
municipais, e, como vocês bem sabem, a Rede de Ensino de Porto Alegre está hoje
no modelo “ciclado”. O Ministro de Educação, Fernando Hadad, registra que essa
alternativa é para diminuir o índice de repetência. Mas Porto Alegre não tem
repetência; Porto Alegre tem uma sistemática aprovação dos alunos, o que, por
muitas vezes, foi criticado.
Aproveitando
este momento de reavaliação do Ensino Fundamental, é chegada a hora de nós
termos aqui um embate, um debate e o resultado para a nossa Rede Básica de
Educação. Não podemos admitir que crianças sejam apenas jogadas na Rede de
Educação; elas precisam passar por um trabalho de qualificação. Acredito que um
desses projetos sancionados pelo Presidente Lula terá uma eficácia positiva com
relação à qualificação desses professores, porque, determinando a forma, os
critérios para a distribuição das bolsas, Ver. Dib, teremos professores com
possibilidade de qualificação elevada, buscando apoio, buscando auxílio das
instituições federais, das universidades, o que reverterá, acredito eu, na
educação imediata das crianças. Agora, será que o Município de Porto Alegre
está preparado para receber essa ampliação de ingresso das crianças, a partir
dos seis anos? Eu vejo isso como uma forma preocupante, mas também como uma
forma que trará alguns resultados na vida das pessoas: as mães não precisarão
mais colocar as crianças em creches, nas creches das vilas, mas poderão
orientá-las para que passem a freqüentar o colégio. E se desenvolvermos
trabalhos pró-ativos, teremos, no turno inverso de educação, a possibilidade de
as crianças fazerem recreação. Agora, esse Projeto anda casado com a discussão.
Esse é um Projeto que, tenho convicção, bem estruturado, poderá acrescentar
muito na educação e na qualificação das nossas crianças. Agora, da forma como
foi sancionado, eu ainda não consegui entender os objetivos, e a ampliação, até
2010, para todos o Municípios brasileiros. Porto Alegre tem que ser referência,
tem que ser protagonista nesse caso. E é por isso que eu peço aos companheiros
da CECE, da Comissão de Educação desta Casa, que passem a ler esse Projeto, que
encaminharei aos seus gabinetes, para que tenhamos a convicção de que
verdadeiramente ele é positivo para a educação das nossas crianças, e que nós,
administradores, legisladores de Porto Alegre, conseguiremos ser protagonistas
também na boa recepção, na boa educação, na boa acolhida de nossas crianças.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Ver. Maurício.
Eu
convocaria o Ver. Garcia para, no momento, assumir esta Presidência, por
gentileza!
(O
Ver. Professor Garcia assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente neste momento, Ver. Carlos Alberto Garcia; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham pelo Canal 16, da TVCâmara,
eu queria saudar a todos. Agradeço à minha Bancada - da Verª Neuza Canabarro,
do Ver. Mario Fraga, do Ver. Márcio Bins Ely - por ter-me dado a oportunidade
para que eu falasse em nome do PDT nesta Sessão Extraordinária, no dia de hoje,
nesta Casa.
Eu quero falar a respeito da 131ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes. Quando o Ver. Presidente desta Casa deu abertura, no dia 22, oficialmente, à Festa, no traslado da Santa da Igreja Nossa Senhora dos Navegantes até a Igreja do Rosário, ele foi muito feliz quando colocou o que representa hoje para o nosso Rio Grande - por que não nacionalmente? - a Festa de N. Sra. dos Navegantes. Faço este registro com muita alegria em nome da Bancada do PDT e pela forma como o Ver. Humberto Goulart falou na abertura da Festa, com muita clareza, com muita convicção e com muita crença.
Quero
também fazer o registro de que a Casa se fez presente também com a Verª Neuza
Canabarro, o Ver. Adeli, o Ver. Carlos Nedel, que está de aniversário hoje – eu
aproveito para desejar, mais uma vez, em nome da Bancada, o nosso abraço e
muita paz, muita saúde, juntamente com sua esposa -, e o Ver. Sebastião Melo.
Também estavam presentes o Secretário José Fortunati, o Governador do Estado
com sua esposa, o Prefeito Municipal com sua esposa, o Secretário Cecchin,
enfim outras autoridades estiveram presentes – que me perdoem se eu aqui talvez
esquecer o nome de alguma autoridade que lá se fez presente.
Eu
quero destacar, de uma forma muito especial, muito carinhosa, a equipe que
trabalhou nessa Festa, meu caro Presidente, pela sua organização. Dou início
com o provedor, o Aldo Besson com sua esposa; ainda o vice-provedor, Mocelini e
a esposa; o coordenador, Juarez, e os juízes festeiros. Organizar uma festa de
tamanha grandeza não é nada fácil. Eles tiveram grande competência na
organização. Todos se preocuparam com os mínimos detalhes para que não
acontecesse nada de anormal. De fato, nada aconteceu. Ainda registro a grande colaboração
da nossa imprensa - a TVCâmara também se fez presente juntamente com o
fotógrafo registrando os acontecimentos. Fora disso, orientando aquelas
milhares de pessoas que lá se fizeram presentes, foi extraordinário o trabalho
da nossa querida Brigada Militar. Este ano também foi um caminhão de bombeiros,
que acompanhou a procissão carregando as nossas bandeiras. Outra coisa
extremamente marcante foi os “azuizinhos”, que também prestaram um belo
trabalho.
Portanto
eu faço este registro aqui com muita clareza, com muita alegria, em nome da
Bancada do PDT.
Só uma
pequena observação: alguns jornais publicaram – pelo menos em um eu vi – que
acompanharam a procissão cem mil pessoas. Eu não concordo com isso, porque nós
tivemos informações de que, quando a procissão estava chegando na Igreja do
Rosário, ainda tinha gente na Rodoviária. Então, vamos fazer um cálculo: ali
tem aproximadamente três quilômetros, três quilômetros e pouco; a Av. Castelo
Branco tem três vias, é uma rua bastante larga; cem mil pessoas é muito pouca
gente no cálculo da pessoa que teve o cuidado de fazer esse cálculo, mas que,
me perdoe, se equivocou profundamente, porque pessoas que têm conhecimento – eu
conversei com algumas – disseram que seria aproximadamente meio milhão de
pessoas. Até pela quantidade de gente que se fez presente nesse dia e durante o
dia todo em que a Santa ficou exposta, com várias apresentações – o Tchê
Barbaridade e outras tantas –, eu acho que aproximadamente um milhão de pessoas
se fez presente lá nesse dia.
Também
quero registrar, meu caro Presidente, a missa rezada na chegada da Santa, por
Dom Dadeus, que foi extraordinário, que foi emocionante, pelo pároco da Igreja
Nossa Senhora dos Navegantes, Padre Remi Maldaner, e por demais padres. Deu
para sentir a crença do nosso povo. O povo acredita nessa Santa milagrosa. Eu
sei que também outras religiões também lá se fazem presentes. É porque o povo
acredita. Nós temos que acreditar, e nós acreditamos que existe um Deus, existe
uma Santa. E ela é tão milagrosa que o clima colaborou com tudo: no dia 22
choveu praticamente até o início da missa; acabou a missa, iniciou a procissão,
dia fresquinho e não choveu mais. E mais: ela navegou (sic) pelos ares, navegou pelos rios, pelas lagoas, e estava lá
naquele momento em que - o mundo todo viu pela imagem da tevê - salvou aquela
criança, aquela inocente, meu caro Ver. Brasinha, o que emocionou, eu acho, o
mundo inteiro. Estava lá ela com a mão estendida: “Vamos salvar essa inocente”.
E salvou aquela menina!
Portanto
faço este registro e, em nome da Casa, fica o nosso reconhecimento por toda
aquela equipe, pela organização, pelo trabalho.
Sem
dúvida nenhuma, a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes é a festa que consegue
a maior afluência de pessoas. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Ervino Besson.
Havendo
quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0704/06 – PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO N. 001/06, de autoria da Comissão Representativa, que autoriza o Prefeito Municipal a
ausentar-se do País, de 07 a 21 de fevereiro de 2006, para viajar à Alemanha e
Espanha.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 07/02/06.
O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em
discussão o PDL nº 001/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Nada mais havendo a tratar, encerramos os trabalhos
da presente Reunião.
(Encerra-se a Reunião às 10h46min.)
* * * * *